O ginasta, campeão olímpico e mundial, ganhou a prova pela terceira vez na temporada em etapas da Copa do Mundo, no Ginásio do Ibirapuera lotado
São Paulo – Arthur Zanetti mostrou muita tranquilidade diante do público que lotou o ginásio do Ibirapuera, competindo em casa, com familiares e amigos nas arquibancadas, fez uma apresentação incrível e ganhou a medalha de ouro nas argolas na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica Artística, neste domingo (3/5/2015). Arthur Zanetti tirou 15.900 e ainda comemorou muito a dobradinha com o brasileiro Henrique Medina Flores, que levou a medalha de prata (15.100). Ambos são companheiros de treinamento desde que tinham 7 anos. O argentino Federico Molinari levou a medalha de bronze (15.000).
“Eu só tenho a agradecer, a organização, que fez um evento maravilhoso, e ao público brasileiro, que ajudou muito. Saiu tudo conforme o planejado, graças a Deus deu tudo certo e conseguimos trazer essa medalha para o povo brasileiro. É muito bom competir em casa. Eu já estava no final da série e sentia que ainda tinha força para gastar a vontade… Então, senti muito a energia do povo brasileiro, fez muita diferença”, disse Arthur Zanetti. Em 2006, quando o Brasil realizou uma etapa de Copa do Mundo em São Paulo, Arthur Zanetti não competiu. “Era um sonho competir aqui. E foi o maior teste que a ginástica brasileira vai passar até os Jogos. E conseguimos superar bem a pressão, não está atrapalhando em nada. A energia do público ajuda muito, me deu uma força que eu nunca senti na vida.”
O ginasta também vibrou com a dobradinha brasileira com o amigo Henrique Flores – ambos treinam juntos, desde crianças, na SERC/Agith, de São Caetano do Sul. “Foi maravilhosa a dobradinha. Eu amei que ele esteve ao meu lado no pódio. É muito dedicado, trabalha demais e conseguirmos essa dobradinha, ainda mais no Brasil, é maravilhoso. Agora eu preciso trabalhar para que o Henrique não me alcance, isso é o que eleva o nível. Vai um ajudando o outro, é ótimo. É maravilhoso estar ao lado dele, nos conhecemos há 17 anos, é um irmão”, afirmou sobre o colega. Henrique é filho do técnico Marcos Goto, que também trabalha com Arthur Zanetti há 17 anos. O treinador, da seleção brasileira e de São Caetano, é também um dos responsáveis pelo nível elevado que a ginástica artística masculina brasileira vem alcançando nos últimos anos.
Feliz, Arthur, também não esquece de elogiar os companheiros da seleção brasileira masculina, lembrando que este ano, no Mundial de Glasgow, Escócia, de 23 de outubro a 1 de novembro, o grupo terá de brigar para classificar o Brasil para competir por equipe nos Jogos Olímpicos do Rio pela primeira vez na história. “O Diego Hypólito conseguiu um ótimo resultado, o Angelo Assumpção, o Henrique Flores, todos nós fizemos a nossa parte e estamos de parabéns. Com certeza, vamos dar muito mais alegrias ao povo brasileiro.
O objetivo principal do ano é conseguir pegar uma final por equipes no Mundial e classificar a equipe para os Jogos do Rio 2016. Agora é trabalhar mais duro ainda, precisamos conseguir a vaga. Temos que trabalhar três vezes mais, eu quero muito ter essa sensação de hoje, no Rio.”
Na união, a diferença no grupo que quer mais
Arthur Zanetti disse que a equipe masculina tem qualidade para brigar pela vaga olímpica, mas acha que a mudança principal foi o comportamento dessa geração que pensa no grupo. “Temos que ter paciência, é uma geração nova e tenho certeza que os resultados estão vindo. Nosso diferencial é a união, somos muito amigos, nos conhecemos há 15, 16 anos, todos sabem os defeitos do outro. Então, é acreditar. A união fortalece muito o nosso grupo, acho que não falta nada. Esse grupo é maravilhoso”, acentuou Zanetti.
A próxima competição de Arthur Zanetti será os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho. E depois o Mundial de Glasgow. Viaja com a seleção brasileira para camping em Portugal, mas não compete mais nenhuma etapa de Copa do Mundo. “Preciso melhorar alguns detalhes de ângulo, balanço da argola e a saída”, enumera o ginasta, que teve nota 16.050 na qualificatória, a maior da carreira. “A minha nota foi boa. A gente sabe que o critério muda da classificatória para a final, mas foram notas que não fugiram muito. Estou feliz com a minha série, tanto na classificatória, quanto na final.”
Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith/São Caetano, tem patrocínio da CAIXA, Furnas e adidas e apoio da Spieth, Eurotramp, COB, CBG e Bolsa Atleta/Ministério do Esporte.