O ginasta brasileiro teve nota 15.733 em Nanning, na China, e comemorou sua terceira medalha em mundiais de ginástica artística: ‘Fiquei mais feliz pelo sexto lugar da seleção’
São Paulo – O campeão olímpico Arthur Zanetti conquistou a medalha de prata nas argolas no 45º Mundial de Nanning, na China, neste sábado (11/10), uma competição histórica para a ginástica artística brasileira há dois anos dos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Arthur obteve nota 15.733 em sua apresentação, no Guangxi Sports Center, para ganhar a sua terceira medalha em Mundiais, a segunda de prata. Arthur repetiu na China a cor da medalha que trouxe de Tóquio (JAP), em 2011, e tem o ouro trazido da Antuérpia (BEL), em 2013. Em casa, o chinêsYang Liu ficou com a medalha de ouro nas argolas (15.933) e empatados com o bronze o russo Denis Abliazin e o chinês Hao You (após revisão da nota), ambos com 15.700.
“Eu fique mais feliz pelo resultado da equipe porque era um grande objetivo classificar o Brasil para a final”, disse Arthur, fazendo o balanço da competição, sobre a sexta posição por equipes conseguida pela seleção brasileira. Como Sérgio Sasaki ainda compete no último dia de competições, na final do salto, Arthur disse que a comemoração seria só entre os atletas, algo bem simples, no hotel. “Depois que acabar… aí sim podemos comemorar um pouco e relaxar a cabeça.”
Arthur entra na disputa pelo título, mas avaliou que a conquista da prata era o possível. “Eu sempre espero o melhor resultado, que é o ouro, mas eu sei que em competição tudo por acontecer. É difícil, o chinês é um bom atleta e competiu em casa, o que aumenta ainda mais a dificuldade. Mas foi importante a medalha e agora é treinar para fazer as demais competições que virão pela frente”, disse Arthur, confirmando que os árbitros mudaram de conduta nesse Mundial e foram muito rigorosos na avaliação de todos os aparelhos. “Qualquer errinho, que antes era penalizado com um décimo, agora tem desconto de três. Mas nessa edição, mesmo se eu cravasse na saída, não ganharia o ouro. Era para ser a prata!”
Arthur apontou como objetivo permanecer no topo da ginástica artística mundial com condições de encarar o alto nível dos rivais nas próximas temporadas e já acenou com uma provável mudança em sua série nas argolas em 2015. “Vou conversar com o meu técnico, Marcos Goto, e vamos analisar o que é possível fazer para a minha série ficar um pouco mais difícil”, comentou. “Tenho uma série com o elemento Zanetti (movimento de força máxima), com nota de partida de 6.9, mas estamos analisando… Talvez mudar a saída… Ainda está no pensamento. Voltando do Mundial é começar a colocar isso em prática para que no ano que vem a gente possa estar bem preparado para fazer boa pontuação.”
Arthur Zanetti foi o terceiro a se apresentar neste sábado (11/10), no no Guangxi Sports Center, após o francês Samir Ait Said e o chinês Yang Liu, que venceu nas argolas. Cumprimentou Liu na saída quando estava caminhando para o aparelho, mas não foi correspondido. “Acho que ele estava emocionado porque fez uma boa prova. Eu cumprimentei porque acho que educação vem em primeiro lugar, mas ele acabou passando.”
Ser sexto por equipes: estímulo extra para 2016
Nesse Mundial, o Brasil ainda ficou com a sexta posição – a melhor da história – na disputa por equipes e teve mais uma medalha individual, de bronze, no solo, com Diego Hypólito (15.700) – o ouro ficou com o russo Denis Abliazin (15.750) e a prata com o japonês Kenzo Shirai (15.733). “Conseguimos ir para a final, ficamos em sexto. Então, a equipe toda está de parabéns, não só os atletas, mas todos os integrantes da comissão técnica e os dirigentes estão de parabéns.”
Arthur observou que a posição alcançada pela ginástica masculina nesse Mundial é um estímulo extra para o grupo que se prepara para o Mundial de Glasgow (ESC), em 2015, e para os Jogos do Rio, em 2016. “Ficamos muito felizes pelo resultado da equipe e isso acaba motivando um pouco mais para no ano que vem, para brigar para repetir a colocação no Mundial e, se der, em 2016, na Olimpíada, estar entre os melhores do mundo.”
O técnico Marcos Goto, que trabalha com Arthur há 16 anos, na seleção brasileira e na SERC/Agith, em São Caetano (SP), disse que Arthur Zanetti fez o que estava treinado. “Não mudamos nada na rotina dele. O maior objetivo aqui nós alcançamos: a classificação para as finais por equipe e depois o sexto lugar. Esse foi um excelente resultado para o nosso País”, ressaltou. “O grupo inteiro está de parabéns. Todos trabalharam muito bem, cada um fez o seu papel.”
Arthur Zanetti é atleta da SERC/Agith/São Caetano, tem patrocínio da Sadia, Furnas, adidas e CAIXA e apoio da Spieth, Eurotramp, COB, CBG e Bolsa Atleta/Ministério do Esporte.