O campeão olímpico nas argolas fica 30 dias fora de casa: compete em Anadia (POR), nesta sexta e sábado (21 e 22/6), e em Kazã (RUS), em julho, pelo bi universitário
São Caetano do Sul – O campeão olímpico nas argolas, Arthur Zanetti, disputa mais uma etapa da Copa do Mundo, em Anadia, Portugal. A competição, no Centro de Alto Rendimento de Anadia, de sexta-feira a domingo (21 a 23/6), será a primeira que fará na Europa nos 30 dias que passará fora de casa. Um camping de treinamento com a seleção brasileira de ginástica artística em Berlim, na Alemanha, e a disputa da Universíade de Kazã, na Rússia, em julho, completam as atividades do ginasta nesse tour europeu de competições e treinamento. Em Kazã, Arthur vai defender o bicampeonato universitário nas argolas.
“Tenho dois grandes objetivos. O primeiro é a Universíade, mas o principal mesmo do ano é o Mundial (será em Antuérpia, na Bélgica, em setembro). A Intenção dessas competições é eu me preparar para o Mundial. Em Antuérpia, a meta é fazer o melhor resultado, buscar o título. As competições servem para saber qual será a nota dos árbitros, como eles vão nos avaliar, já que entrou um ciclo novo e tudo muda um pouco. Estamos indo para ter essa experiência”, afirmou Arthur Zanetti, de 23 anos.
Segundo Arthur, as mudanças do código de pontuação em si não influenciaram muito sua série. “Criei um elemento de valor C, que é um valor razoável, já que vamos de A a F. Eu tirei um de valor C e coloquei outro de valor C, então, acabou não interferindo tanto na série”, afirmou. “Antes, eu podia fazer quatro elementos de força seguidos. Agora, tenho de fazer três de força e quebrar com um elemento de embalo. Tirei uma prancha, que é um elemento de força, e coloquei um giro”, completou.
O técnico Marcos Goto observou que a série que Arthur Zanetti vai mostrar em Anadia não é a mesma que apresentou em março, na etapa da Copa do Mundo de Doha, no Catar. “Estamos indo com uma prova diferente. Vamos testá-la em Portugal, na Copa do Mundo, que não é uma competição tão importante para nós. Claro que vencer é importante para manter o nome em cima, no topo do ranking. Mas é uma competição preparatória e, se fizermos alguma coisa errada por lá, temos tempo de mudar para a Universíade”, acrescentou Goto.
Rivais e favoritismo, trabalho psicológico
Zanetti disse que ainda não tem um parâmetro de como está em relação aos rivais. Ainda não competiu diretamente contra eles na temporada. “Assisti ao Europeu e 90% dos atletas que competem comigo estavam lá. Dá para ter uma base das notas que eles vão tirar… mais ou menos”, comentou Arthur, que este ano disputou apenas uma etapa da Copa do Mundo, em março, em Doha, no Catar – venceu nas argolas (nota 15.700). “Tem os russos Denis Ablyazin e Aleksandr Baladim, mais o grego (Petrounias Eleftherios), além de tantos outros, mais os chineses que estão sempre no meio”, acrescentou.
O ginasta explicou que prefere não assumir a posição de favorito nas disputas que vai enfrentar por ser o campeão olímpico nas argolas. “Quando se entra com o favoritismo na cabeça, as coisas não dão certo. Tenho um trabalho psicológico para evitar isso. Então, é fazer a minha parte, fazer o meu melhor e sair satisfeito”, ressaltou. “Vou com o mesmo pensamento para as duas competições e também para o Mundial, de fazer o meu melhor, não pensar além. Não quero competir pensando na final, dar um passo maior que a perna. É perigoso acontecer algo errado. Vou pensando na classificatória e em fazer o meu melhor”, frisou.
Além da preparação para o Mundial e de brigar por pódio na Universíade, Arthur espera que o período de treinamento que os ginastas brasileiros farão em Berlim (ALE) seja positivo. “Vai ser muito bom, não só para mim, mas também para os novos integrantes da seleção, porque eles vão ver como é a ginástica alemã, muito forte. Terão essa experiência.”
Equipe masculina no Rio, em 2016, é o sonho
Se este ano o objetivo principal da temporada é o Mundial, segundo Arthur, a longo prazo, o trabalho visa aos Jogos do Rio, em 2016, e ao sonho de, além de obter classificação individual, ver uma equipe masculina completa disputando a competição, um feito inédito na ginástica.
“O Brasil nunca levou uma equipe masculina completa para uma Olimpíada, e esse, com certeza, é o objetivo principal deste ciclo. No ciclo passado, quase conseguimos. Ficamos em 13° e precisávamos ficar em 12° – foi por pouco. De ano em ano, estamos subindo os degraus e o próximo objetivo é conseguir levar uma equipe completa”, finalizou Arthur.
Arthur Zanetti é atleta da SERC, tem patrocínio da Sadia e CAIXA e apoio da Nike.